Expectativa é que, até o fim deste ano, produtores de mudas,
compradores e órgãos de fiscalização ambiental estejam articulados,
trabalhando para contribuir com o plantio de árvores nativas e gerando
renda para pequenos viveiristas de mudas nativas da Mata Atlântica.
A preocupação com a sustentabilidade tem levado os governos e
os grandes empreendimentos a se preocuparem com a restauração ecológica. Essa
ação, também chamada de compensação florestal se dá, em sua maioria, pela
instalação de Áreas de Preservação Permanente – APPs e Reserva Legal – RL. Para
a criação dessas APPs e RLs é necessário a produção de mudas nativas. Esse
produto, até então, só era encontrado em São Paulo, onde essa cadeia produtiva
está bem desenvolvida. Por meio de um projeto Centro de Pesquisas Ambientais do
Nordeste (Cepan) promoveu a formação técnica, a organização de viveiristas e a
articulação entre compradores, órgãos de fiscalização, fazendo de 2015 um ano
de boas perspectivas para o início da movimentação desse mercado produtivo.
Agora, Pernambuco dá os primeiros passos para aquecer esse mercado verde.
O grupo de produtores, organizados por meio da Associação
Nordestina de Produtores de Muda – Muda Nordeste, além da qualificação –
cursos, intercâmbios e visitas técnicas-, hoje, encontra-se apto a atender as
demandas por restauração no Estado do ponto de vista formal Registro Nacional
de Sementes e Mudas (Renasem). Os produtores integrantes também receberam
qualificação em gestão financeira, visando iniciarem um plano de negócios na
área do mercado produtivo de restauração ecológica.
Segundo a análise do Técnico responsável pelo Projeto Pilar,
Gabriel Fávero, na prática, a demanda poderia ser bem maior. “Se todos os
empreendimentos do estado que devem algum passivo ambiental, cumprissem com a
adequação prevista na lei, haveria uma demanda muito grande por serviços de
restauração, gerando oportunidades trabalho e renda para quem faz esse tipo de
serviço na região. Precisamos avançar para estruturar esse mercado, que
favorece o meio ambiente, a sociedade e o Estado”, reflete.
O 2º Workshop sobre Oportunidades de Negócios em
Restauração Ecológica na Região da Mata Atlântica ao Norte do Rio São Francisco
discutiu a importância da estruturação desse mercado, promovendo um
encontro entre os diversos atores que compõem essa cadeia produtiva da
restauração: produtores de mudas, compradores e os órgãos de fiscalização
ambiental.
A articulação entre esses atores representa um maior fluxo de
demanda produtos e serviços de restauração, e consequentemente, geração de
empregos verdes e renda para pequenos produtores de mudas nativas, empresas que
executam plantios e profissionais da área, prevê o Técnico responsável pelo
Projeto Pilar , Gabriel Favero.
O Projeto foi realizado em parceria com a União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN), com o apoio do Fundo Brasileiro
para a Biodiversidade (Funbio). A ação se desenvolveu na porção que restou
da Floresta Atlântica que cobre parte dos estados de Alagoas, Pernambuco,
Paraíba e Rio Grande do Norte, região chamada de Corredor de Biodiversidade do
Nordeste (CBNE).
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