Um grupo de trabalhadores de casas de farinha de Lajedo, no
Agreste de Pernambuco, realizam um protesto na manhã desta quinta-feira (7) no
quilômetro 58,3 da BR-423 por causa da interdição de estabelecimentos na
cidade. Eles alegam que estão impedidos de trabalhar e se sentem prejudicados.
Na semana passada, uma fiscalização realizada pelo Grupo
Móvel especializado no combate ao trabalho escravo, formado por representantes
do Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria
Pública da União (DPU) e Polícia Federal, interditou as máquinas de quatro
casas de farinha em Lajedo e uma em Jupi.
As atividades foram suspensas nas casas de farinha por causa
de irregularidades encontradas. De acordo com o MPT, das cinco unidades
visitadas, apenas uma tinha registro de atividade (CNPJ), o que faz com que não
seja formalizado o vínculo de trabalho. A maioria dos trabalhadores não tinha
carteira assinada. Apesar disto, nenhuma teve o trabalho escravo caracterizado.
Segundo o MPT, as
pessoas que trabalham no descasque da mandioca - a maioria mulheres - ficam
sentadas em bancos de madeira, sem altura ou suporte adequados para mãos e
braços, com os joelhos cobertos com borracha ou um tecido mais grosso, onde
apoiam a mandioca para corte e descasque. As facas utilizadas são extremamente
amoladas e as trabalhadoras não utilizam luvas.
Na etapa em que a mandioca é
prensada, também foram detectadas irregularidades. Em todas as unidades todas
as máquinas foram interditadas porque não seguiam as normas regulamentadoras,
oferecendo riscos de choque elétrico, corte e esmagamento de partes do corpo a
quem as operava. Já os trabalhadores dos fornos em que a farinha é assada não
utilizam equipamentos de proteção.
Com informações do Ne10
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