Cerca de
80 mil canavieiros devem paralisar suas atividades nesta segunda-feira (3),
após 13 rodadas de negociação da 39a Campanha Salarial da Categoria, e a ameaça
dos patrões de retirada, da Convenção Coletiva de Trabalho, de direitos
historicamente conquistados, a exemplo das horas in itinere (tempo gasto pelo
empregado, em transporte fornecido pelo empregador, de ida e volta até o local
de trabalho).
A paralisação foi decidida na ultima
quinta-feira, depois de os trabalhadores e trabalhadoras terem apresentado
várias propostas de acordo aos empresários, que foram irredutíveis, e
informaram que qualquer avanço na pauta apresentada pela categoria, só ocorreria
se houvesse a renúncia a esse direito (horas in itinere).
"Os patrões, que foram
notificados na ultima sexta, querem acabar com conquistas históricas de nossa
categoria.Se houver a retirada das horas in intinere, o canavieiro terá uma
perda de 20% do seu salário, sem contar que serão prejudicadas inúmeras ações
trabalhistas que tramitam na Justiça do Trabalho sobre o tema”, afirmou o
presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais
do Estado de Pernambuco (FETAEPE), Gilvan José Antunis.
Ele também destaca: "Esse
retrocesso pode abrir brechas para que o empregador deixe o trabalhador
aguardando, por horas, a chegada e saída do veículo, visto que, atualmente,
algumas empresas já não cumprem o horário determinado na convenção”, destaca
Gilvan.
As negociações da 39ª Campanha
Salarial da Categoria, coordenadas pela FETAEPE e Sindicatos da Zona da Mata,
com o apoio da FETAPE e das centrais sindicais CTB e CUT, começaram no dia 9 de
outubro, inclusive com paradas para que ocorresse uma escuta da base. Na
quinta,29 , o diálogo chegou ao limite, e os representantes dos trabalhadores e
das trabalhadoras resolveram dar um basta nessa situação. “Fizemos tudo o que
foi possível. Queríamos dialogar, mas não podemos aceitar nenhum direito a
menos para a nossa gente”, lamenta Gilvan.
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