segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Caiu chuva de veneno Mato Grosso do Sul

 


"Eram 4h da manhã, ainda estava escuro, e meu avô achou que estava chovendo, pelo barulho das gotas batendo no teto de lona. Quando saiu, sentiu o cheiro bem fedido e percebeu que era agrotóxico", conta Erileide Domingues, liderança da aldeia Guyraroká. "A gente vive no meio do veneno. Respira, come, bebe e veste o veneno que eles jogam", diz. A pulverização noturna com aviões é mais um capítulo da conflituosa relação dos guaranis-kaiowás com seus vizinhos fazendeiros. Os casos são tão frequentes e sistemáticos em Mato Grosso do Sul que foram definidos como "agressões químicas" pelo MPF. "É como uma guerra. Eles começaram com tiros para intimidar e tratores empurrando nossas ocas. Depois passaram a atacar a gente com veneno, que é uma arma que mata aos poucos. Eles querem correr com a gente daqui, mas nós vamos resistir", afirma Ezequiel João, liderança no assentamento Guyra Kambi'y. Segundo a legislação, os aviões pulverizadores só podem voar a mais de 500 metros de distância de áreas habitadas. Não é o que se vê em vários flagrantes gravados por celulares dos rasantes e sobrevoos em terras indígenas na região.

Fonte: Senador Humberto Costa

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