Vaqueiros,
produtores de pegas de boi e artistas sertanejos vieram ao Recife para declarar
apoio ao pré-candidato da Frente Popular ao Governo de Pernambuco, o deputado
federal Danilo Cabral (PSB). Mais de 60 pessoas de Floresta, Mirandiba,
Betânia, Serra Talhada, Ibimirim e Itacuruba estiveram reunidas no auditório do
PSB nesta segunda-feira (7).
“Estamos construindo nossa
pré-candidatura com muito diálogo com todos os setores da sociedade. Muito
importante ouvir as demandas daqueles que mantêm a tradição da pega de boi no
nosso estado, um símbolo da nossa cultura”, afirmou Danilo durante o encontro.
O deputado assumiu o compromisso de defender a tradição e de buscar
alternativas para ajudar o setor.
De acordo com o secretário
de Turismo, Rodrigo Novaes, mais de 70% das pegas de boi realizadas em
Pernambuco acontecem em Floresta. A região do Sertão de Itaparica é onde tem
mais festas, mas elas ocorrem em todo o sertão com participação de milhares de
vaqueiros. “No Sertão, quase todos os municípios têm festa de pega de boi. Uma
atividade que promove a cultura e, de maneira paralela, cumpre um papel
fundamental para a economia regional”, disse.
Os representantes das
festas de pega de boi pediram apoio para o fomento da atividade no estado, com
a criação do Circuito Pernambucano de Pega de Boi. “Nós podíamos procurar um
pré-candidato do Sertão, mas a gente confia no senhor para ajudar o setor”,
afirmou o vereador de Floresta PH Lira, falando em nome dos sertanejos.
Durante o evento, Danilo
lembrou de suas origens. Ele nasceu em Surubim, no Agreste, cidade conhecida
como a Capital da Vaquejada. “Faço política com o fio do bigode, nós
vamos defender a pega de boi”, declarou.
Também presente no evento,
o engenheiro e pré-candidato a deputado estadual Pedro Campos (PSB) destacou a
importância das festas de pega de boi para a economia local e para a manutenção
da tradição sertaneja. “Quando o vaqueiro veste o gibão, sua armadura, vai
lutar numa guerra justa, a guerra pelo seu sustento”, discursou.
A
Pega de Boi é uma tradição que remonta aos primeiros tempos da ocupação do
sertão nordestino pelos brancos europeus. Antigamente, numa época onde não
existia o arame farpado, os animais eram criados soltos pelas propriedades
rurais. Dessa forma, quando chegava o momento de reunir o gado, os vaqueiros
entravam no mato, em grupo, para a pega. Naquela época, e hoje ainda, o final
da Pega de Boi vira uma grande confraternização.
Diferente
da Vaquejada, onde o boi corre numa arena demarcada, sendo derrubado por uma
dupla de cavaleiros, a Pega de Boi acontece no meio da vegetação catingueira.
Os vaqueiros encourados entram dentro do mato, em cima dos seus cavalos
velozes, para pegar o boi.
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