A Câmara de vereadores de Bom Conselho
vive um grande dilema. Como legislar frente aos direitos adquiridos pela
Constituição Federal, a Constituição do Estado de Pernambuco e a Lei Orgânica
Municipal. É uma verdadeira prova de fogo para os legisladores. Um momento de
testar se eles sabem mesmo legislar ou apenas reivindicar, requerer e apresentar
indicativos para o poder Executivo.
Tudo começou com a negociação do
Sindicato dos Servidores na Educação com o Governo Municipal. Uma verdadeira
quebra de braço entre um patrão temporário e os funcionários. Os professores
cobram o cumprimento da Lei Orgânica Municipal, que em seu artigo 111,
parágrafo segundo e inciso 33 garante a incorporação das gratificações após
cinco anos de trabalho consecutivo no salário do servidor.
Segundo a presidente do Sindicato,
Edvalda Carvalho, esse termo da Lei Orgânica Municipal está garantido na
Constituição Federal. A Câmara de vereadores, no entanto, decidiu por entender
o argumento do prefeito Danilo Godoi, que alega inconstitucionalidade, com base
na Constituição do Estado de Pernambuco e não na Lei Federal. Na ultima seção
da câmara os vereadores se desentenderam. A vereadora Ivete da Silva, ficou
angustiada por conta do posicionamento do presidente, vereador Geninho Tavares,
que não consultou os vereadores para despachar sobre o assunto, e simplesmente
assinou em baixo o que afirmou o prefeito Danilo Godoi. "Na resposta que o
presidente encaminhou ao desembargador ele diz que a casa concorda com o
posicionamento do prefeito, e nós nem fomos consultados", pontuou Ivete.
O advogado da prefeitura tentou
explicar que o município tem autonomia sobre as leis, podendo criar suas
próprias, mas esbarrou no princípio da simetria, que determina que as leis
municipais sigam as prerrogativas da Constituição Federal. A vereadora Socorro
Marinho, cobrou respeito ao presidente do Legislativo, que não informou à seus
pares sobre o projeto do Executivo, muito menos sobre a concordância da Casa em
considerar inconstitucional o pedido dos servidores. Geninho retrucou dizendo
que o projeto estava à disposição e se a vereadora tinha interesse deveria ter
procurado se informar. "A senhora muitas vezes, votou em projetos sem nem
mesmo ler", disparou Geninho contra a vereadora Socorro.
O assunto deverá voltar em pauta na
próxima reunião do Legislativo, marcada para a quarta feira, 18 de setembro.
Enquanto isto, os servidores na educação buscam seus direitos junto ao
Ministério Público, já que nem o prefeito, nem os vereadores parecem se preocupar
em resolver o problema do ponto de vista dos professores.
Fonte: Geraldo Mouret
Afirmar que existe inconstitucionalidade na constituição foi de mais, o povo não é tão burro como eles pensam.
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