O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de
Material Elétrico de Pernambuco – Simmepe divulgou nesta quarta-feira (3) os
resultados de uma pesquisa realizada para avaliar os impactos da pandemia do
novo coronavírus. O setor reúne mais de 2 mil indústrias incluindo desde
gigantes como siderúrgicas e estaleiros, até pequenas empresas como
serralharias e prestadores de serviços de usinagem.
Segundo o presidente do Simmepe, Alexandre Valença, o
levantamento identificou que os efeitos da pandemia deixaram 32% das empresas
ouvidas praticamente sem nenhum faturamento devido a queda drástica na demanda
do mercado. Para outros 28%, a queda nas receitas ficou entre 21% e 50%. Apenas
8% registraram faturamento normal ou muito próximo ao normal.
A pesquisa identificou também que, junto com a retração no
faturamento, o nível de utilização da capacidade produtiva registrou uma queda
significativa. “Nada menos do que 56% das empresas estão trabalhando com menos
de 30% de sua capacidade instalada”, destaca Valença. Além disso, 13% utilizam
atualmente menos 50% de suas máquinas.
“Os dados são preocupantes principalmente por que a tendência
é de que haja uma queda cada vez maior no faturamento tendo em vista que o
cenário atual revela que o mercado ainda está longe da normalidade”, avalia
Valença.
Para ele, as decisões dos governos em relação flexibilização
de convívio das atividades econômicas com a Covid-19 deveriam levar em
consideração o que se tem observado com as pessoas que trabalham nas diversas
atividades econômicas que não ficaram paralisadas nestes últimos 80 dias.
“Indústrias, supermercados, pequenos comércios de
alimentos, farmácias e postos de gasolina continuaram funcionando seguindo as
recomendações de afastamento e, pelo que se observa, não foram registrados
índices de contaminação fora do normal nos funcionários. Acho que esses
segmentos podem funcionar como um grande laboratório do qual podem ser colhidas
informações importantes para nortear a retomada das atividades econômicas”,
afirma o empresário.
Outros dados da pesquisa revelam que, para fazer frente a
queda no faturamento, as empresas foram obrigadas a tomar várias medidas com o
objetivo de redução de custos. De acordo com o levantamento, 64% das
empresas ouvidas realizaram demissões e 12% ainda não demitiram, mas com certeza
irão dispensar funcionários. Por outro lado, 24% afirmaram que não pretendem
demitir. Entre as empresas que demitiram, 21,1% informaram que a
redução no quadro de pessoal é de aproximadamente de 50%.
Com relação aos benefícios criados pelo Governo Federal para
dar suporte às empresas prejudicas pelos efeitos da pandemia na economia do
País, 41,7% adotaram a redução de jornada e salário,
41,7% aderiram à prorrogação do pagamento de impostos, 62,5 %
suspenderam contratos de trabalho, 20,8% deram férias coletivas, 50% deram
férias para parte dos colaboradores e 58,3%
adotarão jornada de trabalho domiciliar (home office).
Entre as indústrias pesquisadas, apenas 12% conseguiu ter
acesso a alguma linha de crédito emergencial lançada pelo governo e 40% estão
tentando, mas ainda não conseguiram. Os 48% restantes não tentaram obter o
benefício. Das 12% que conseguiram acesso ao crédito, 66% eram pequenas
empresas e, o restante, grande.
De acordo com o levantamento feito pelo Simmepe, as
empresas ouvidas adotaram as medidas estabelecidas pelas autoridades sanitárias
para combater a covid 19, tais como afastamento do grupo de risco, reforço da
higienização, uso de máscara, uso de álcool gel.
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